Texto: João 4: 13 -14
“Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele,
porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a
água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.”
Título: O poço e a água da vida.
Introdução: Naquela conversa com a mulher
samaritana o nosso Salvador falava com ela a respeito de coisas espirituais a
partir de um contexto material ou se quiser físico, ou seja, o poço e a água. O
poço fornecia água, essencial para a subsistência.
Para a mulher samaritana era para
ser mais um dia como qualquer outro, contudo, alguém estava prestes a surgir em
sua vida e muda-la radicalmente. Naquele dia Jesus passava pela cidade de Sicar,
a qual residia aquela mulher, e parou para descansar da viagem por volta da
hora sexta (11h da manhã). Comumente as mulheres saiam para retirar água do
poço pela manhã, mas ela não. Saíra às 11h, isso para não ser vista,
provavelmente por ser alvo de falatórios e exclusão por reprovação por todos
daquela cidade. Por conta da vida que vivia.
Como
consequência talvez aquela mulher fosse uma pessoa emocionalmente frágil, ou
carente, ou inconstante, ou de baixa autoestima. Quem sabe ela se encaixasse em
todos estes requisitos.
Mas,
quando ela foi retirar água do poço naquele dia, sua vida iria mudar. Seu
encontro com o Salvador a faria uma mulher diferente para sempre.
Antes
de continuar, me permitam contar uma história. Em
24/11/2002, o escritor Rubens Alves publicou no Jornal Correio Popular certa estória chamada: As rãs, o pintassilgo e a coruja. A qual procurarei transmiti-la resumidamente.
“Era uma vez um bando de
rãs. Elas não saltavam em lagos porque viviam presas no fundo de um poço. Só
que elas não sabiam que estavam presas no fundo de um poço por pensar que o
universo era daquele jeito.
Tudo começara muito
tempo antes, num momento de enlevo amoroso. Um casal de rãs apaixonadas ia saltando numa noite de lua cheia em
busca de um ninho. Olhavam para a lua
romântica e não viram o buraco à sua frente. (frequentemente isso acontece
com os apaixonados). O pulo seguinte os levou da luz romântica da lua ao escuro
do fundo do poço. Pularam muito, o mais que podiam, para sair do poço.
Inutilmente. O poço era muito fundo. Como não havia o que fazer, resolveram
então, fazer do poço a morada. O resultado: rãzinhas e mais rãzinhas. O fundo do poço se encheu de rãs e o
casal solitário se transformou numa grande sociedade de rãs.
Como acontece com todos
os seres vivos, o casal original, o Adão e a Eva das rãs, ficou velho e morreu.
(com isso, morreram os únicos que tinham memória do mundo de fora).
As rãs-filhas, sem
memória da beleza do mundo, pensavam que o poço era tudo o que havia no
universo. E o que havia lá dentro era lama, lesmas, fedor, moscas, minhocas,
lacraias e escorpiões.
Aconteceu que, numa
manhã ensolarada, voava por aqueles campos um
pintassilgo que, passando perto do poço, ouviu a orquestra de rãs coaxando
lá no fundo. Curioso, ele baixou o seu voo e entrou dentro do poço. Foi um
grande susto para as rãs que pensavam ser elas os únicos habitantes do
universo. O pintassilgo, penalizado da triste condição das rãs (triste para
ele, que conhecia as belezas do mundo; mas as rãs, elas mesmas, que só
conheciam o fundo do poço, estavam muito felizes) começou a cantar: cantou flores, cantou rios, cantou nuvens,
cantou pássaros, cantou borboletas.
O que mais fascinou as
rãs foi pensar que havia animais que não pulavam como elas: animais que voavam
como o pintassilgo. As rãs se dividiram.
Os sociólogos fizeram
uma pesquisa. O resultado foi: 45% das rãs, achava que o passarinho era doído,
pois falava sobre coisas que todas as rãs em juízo perfeito sabiam ser
fantasias. 50%, concordava com os teóricos da psicanalise: o dito passarinho,
que se sabe não existir, por não existir seres com asas, não passava de uma
alucinação. Somente 5% acreditou no pintassilgo.
O pintassilgo,
sentindo-se rejeitado por 95% da população de rãs achou prudente ir embora para
nunca mais voltar. E assim ficaram as rãs, pelo resto de suas vidas, sem o
canto do pintassilgo. O pintassilgo estava doido para contar sobre as rãs no
fundo do poço. Viu uma coruja num
galho de árvore. Chegou perto dela e lhe contou sobre as rãs no fundo do poço.
Rãs, como se sabe, são um deleite para o paladar. Ouvindo falar de um punhado
de rãs no fundo de um poço, a coruja abriu os olhos e prestou atenção. E
pensou: tenho comida garantida para a próxima estação.
Caída a noite ele bateu asas
e entrou dentro do poço. Chegando lá, foi outro susto para as rãs: um outro
pássaro, diferente do pintassilgo. E a coruja, que não era boba, nada falou
sobre as belezas do mundo de fora. Se as rãs acreditassem num mundo de fora
cheio de coisas bonitas era possível que começassem ter esperança.
- “Esqueçam as bobagens
que o pintassilgo cantou”, disse a coruja. “O pintassilgo é um poeta e fala
sobre coisas que não existem. O que realmente importa é que vocês compreendam
os seus próprios pensamentos. Podem acreditar em mim.”
A coruja iniciou, então, um detalhado processo de análise das ideias
das rãs. Mas como as rãs só conheciam lama, lesmas, fedor, moscas, minhocas,
lacraias e escorpiões, o resultado da análise era sempre lama, lesmas, fedor,
moscas, minhocas, lacraias e escorpiões – reelaborados, é bem verdade.
E assim aconteceu. As
rãs, através dos anos de análise, foram ficando cada vez mais “resolvidas”
quanto à lama, lesmas, fedor, moscas, minhocas, lacraias e escorpiões. E se
esqueciam das belezas cantadas pelo pintassilgo poeta. E a coruja, por sua vez,
foi ficando cada vez mais gorda enquanto, a intervalos regulares, uma rã
desaparecia. (fim)
A fonte de água viva – Agora
voltemos ao poço da cidade de Sicar. Esse poço, diferentemente do anterior possuía
água. Contudo, essa água não transformava a vida de ninguém. Era o suficiente para
as necessidades básicas do ser humano. Mas, há um tipo de água que é capaz de
saciar toda a sede do ser humano dando-lhe vida verdadeira. E, por ser essa água
espiritual, Jesus lhe falava a respeito de coisas espirituais. A vida
verdadeira, segundo nosso Salvador, será experimentada por meio de uma relação
espiritual com o Criador.
Então,
para esclarecer esta questão do espírito a qual aponta para uma vida verdadeira,
diz Jesus àquela mulher: “Mas vem a hora e já chegou, em que
os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque
são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23).
Em
espírito, ou seja, templo algum,
forma ou ritual serão condições “sine quanom”, de adoração, essa é a verdade.
Somente em espírito o ser humano agregará condições necessárias para adorar o Eterno
Pai. Pois os verdadeiros adoradores o
adorarão com a própria vida que levam, isso, por meio da direção e dos
ensinamentos do Santo Espírito. Por isso ele disse: “Se alguém tem sede,
venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior
fluirão rios de água viva.” Dai diz o apóstolo João diz: “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que
nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus
não havia sido ainda glorificado.” (João 7:37-39).
Guardem
isso, adorar em espírito é adorar com a própria vida.
E
em verdade, o que seria? Jesus
também disse que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai Eterno em verdade. Daí
eu pergunto: Quem é a verdade do Eterno? Quem contém as palavras da verdade? O
apostolo João registra o que Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim.” (João 14: 6). Bem como também disse: “Se vós permanecerdes
na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8: 31-32). Essa verdade é Cristo!
Essa
verdade está conosco, conforme Ele mesmo disse em Mateus 28: 20 “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”.
O
nosso Salvador sabia que aquela mulher precisaria de uma vida verdadeira. Que precisava
sair da sua vida cheia de mentiras, sufocante, suja e mal cheirosa como o poço
das rãs cheio de lama, lesmas, fedor, moscas,
minhocas, lacraias e escorpiões.
Sendo
assim, o que ela carecia era de uma vida nova, transformada por meio de uma
fonte que conduz à vida eterna e não à separação eterna com o Criador.
Provavelmente ela não cria na possibilidade de haver outra vida fora daquela a
qual vivia em Sicar. Mas sua situação começa a mudar quando ela se encontra com
Jesus, ouve suas palavras e crê nele.
Ele
a fez perceber que há uma fonte espiritual enviada pelo Criador que fornece um
tipo de água tão especial, diferente, que é capaz de sacia toda sede do
espirito e assim transformar uma vida.
Conclusão: Hoje em dia, não diferentemente dos
tempos da mulher samaritana, muitas e muitas pessoas estão vivendo em seus
poços vazios e sujos. Creem que o que esta vida apresenta é a única realidade
de suas vidas e assim se ajustam entre a lama,
lesmas, fedor, moscas, minhocas, lacraias e escorpiões. Infelizmente também
creem que esta situação de vida é certa e definitiva e não há sequer a hipótese
ou possibilidade de mudança. Caindo assim na mentira da coruja. Mas, o nosso Salvador, Jesus Cristo,
nos mostra exatamente o contrário, quem crê em suas palavras tem a vida
transforma, adquire um testemunho verdadeiro, e não mais vive no poço, porém fora
dele.
Foi essa transformação que a mulher
samaritana vivenciou em sua vida; de menosprezada passou a anunciar a Jesus aos
outros. Pois essa fonte ainda
jorra para a vida eterna (v.14). E essa fonte é Jesus!
Não se esqueça que essa fonte habita
dentro de cada um de nós também e não deve se restringir somente a um espaço de
culto, mas na vida diária.
Que
o Eterno nos abençoe e nos guarde.
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