A origem do nome:
Protestante
A origem do termo Protestante nasce na antiga
cidade bávara de Spira, situada às margens do rio Reno, onde ocorreram quatro
reuniões da chamada Dieta de Spira para segurar o avanço dos movimentos
reformados.
Em 4 de maio de 1526, os príncipes João, o
Constante, Eleitor da Saxônia, e Filipe de Hesse, criaram a Liga de Torgau e a
ela se uniram outros príncipes que eram adeptos aos movimentos de Reforma
religiosa. Diante disso o Imperador Carlos V procurou conter o avanço do novo
credo promovendo reuniões na cidade de Spira, para essas reuniões dava-se o
nome de “Dieta”; e a a primeira ocorreu em 26 de junho de 1526.
Na primeira Dieta de Spira o Imperador
Carlos V pensava em sufocar as ideias dos reformadores, mas a situação política
geral não lhe era favorável porque por um lado ele era pressionado pelos turcos
e por outro pelo seu inimigo francês, Francisco I, portanto o apoio dos seus
príncipes era fundamental neste cenário, porém, no âmbito religioso a maioria desses
mesmos príncipes adotava uma nova visão de fé, uma vez que nesta Dieta boa
parte dos príncipes Católicos Romanos não foi. Com isso, os príncipes Reformados
formaram um grupo muito significativo cujas iniciais eram V.D.M.I.E, das palavras: Verbum
Domini manet in eternum (1ª carta de Pedro 1:25). O resultado foi
que na primeira Dieta de Spira tudo acabou caminhando nos
trilhos da tolerância. Isso significou que o governante de cada estado estaria
livre para seguir a fé que estivesse em de acordo com a sua consciência, que
achasse ser a correta e assim, da melhor forma, pudessem responder diante de Deus.
A segunda Dieta
de Spira ocorreu em 15 de março de
1529, dirigida por Fernando da Áustria, irmão do Imperador Carlos V, que,
aliás, já estava livre de toda pressão politica externa vinda dos seus inimigos
e também estava disposto a colocar em vigor o edito de Worms[1],
o qual poderia ser um golpe fatal aos ideais Reformados. Inclusive, alguns
estados alemães já haviam colocado para vigorar o edito de Worms e proibia toda
e qualquer propaganda das doutrinas Reformadas, já em outros estados vigorava o
edito de tolerância de 1526.
Por conta de uma maioria Católica Romana a
proposta que evoluiu na reunião mantinham as coisas como estavam, contudo,
implementando mais restrições nos estados em que se seguia o edito de
tolerância, portanto, estados que seguiam as ideias Reformadas. Para tanto, estes
estados deveriam restaurar o sistema de governo Romano, a Missa tinha que ser
permitida e mais uma, deste ponto em diante nenhum individuo Católico Romano
poderia abraçar o luteranismo, ou seja, aqueles que já eram considerados
Luteranos seriam tolerados, mas nenhuma nova conversão era mais permitida.
Obvio que tais medidas se constituíam como barreiras
para o movimento Reformador, por essa razão, os príncipes luteranos, presentes
na Dieta de Spira, lavraram uma audaciosa e nobre carta de Protesto. E foi exatamente esse
documento que deu aos filhos da Reforma o nome de Protestantes. E como disse o historiador Rev. Vicente Themudo Lessa
sobre esse ato: “É a consciência
reclamando os seus mais sagrados direitos.”.
O documento de Protesto foi lavrado em 24 de abril de 1529, com os seguintes
signatários: João, o Constante; Filipe de Hesse; Jorge de Brandeburg; Ernesto e
Francisco, duque de Luneburg, Wolfgang, conde de Auhalt, e os representantes
das cidades imperiais de Strasburg, Nuremberg, Ulm, Constança, Reutlingen,
Windshein, Lindau, Kempten, Memmingeu, Nordlingen, Heilbronn, Ismy, St. Gall e
Weissenburg.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. Uma história da igreja cristã.
2ª edição. São Paulo: Vida Nova, 2008.
CORRÊA, J.A.; LESSA, Vicente
Themudo; PEREIRA, Eduardo Carlos; SALLEY, A.C.; WADDELL, W. A. Comemoração do
4º Centenário da Reforma. 31 de outubro de 1917. São Paulo: Typographia d’O
Estandarte, 1917.
WALKER, W. História da Igreja Cristã. 3ª edição. São Paulo: ASTE, 2006.
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