terça-feira, 26 de setembro de 2017

A origem do nome: Protestante

A origem do nome: Protestante

A origem do termo Protestante nasce na antiga cidade bávara de Spira, situada às margens do rio Reno, onde ocorreram quatro reuniões da chamada Dieta de Spira para segurar o avanço dos movimentos reformados.
Em 4 de maio de 1526, os príncipes João, o Constante, Eleitor da Saxônia, e Filipe de Hesse, criaram a Liga de Torgau e a ela se uniram outros príncipes que eram adeptos aos movimentos de Reforma religiosa. Diante disso o Imperador Carlos V procurou conter o avanço do novo credo promovendo reuniões na cidade de Spira, para essas reuniões dava-se o nome de “Dieta”; e a a primeira ocorreu em 26 de junho de 1526.
Na primeira Dieta de Spira o Imperador Carlos V pensava em sufocar as ideias dos reformadores, mas a situação política geral não lhe era favorável porque por um lado ele era pressionado pelos turcos e por outro pelo seu inimigo francês, Francisco I, portanto o apoio dos seus príncipes era fundamental neste cenário, porém, no âmbito religioso a maioria desses mesmos príncipes adotava uma nova visão de fé, uma vez que nesta Dieta boa parte dos príncipes Católicos Romanos não foi. Com isso, os príncipes Reformados formaram um grupo muito significativo cujas iniciais eram V.D.M.I.E, das palavras: Verbum Domini manet in eternum (1ª carta de Pedro 1:25). O resultado foi que na primeira Dieta de Spira tudo acabou caminhando nos trilhos da tolerância. Isso significou que o governante de cada estado estaria livre para seguir a fé que estivesse em de acordo com a sua consciência, que achasse ser a correta e assim, da melhor forma, pudessem responder diante de Deus.
A segunda Dieta de Spira ocorreu em 15 de março de 1529, dirigida por Fernando da Áustria, irmão do Imperador Carlos V, que, aliás, já estava livre de toda pressão politica externa vinda dos seus inimigos e também estava disposto a colocar em vigor o edito de Worms[1], o qual poderia ser um golpe fatal aos ideais Reformados. Inclusive, alguns estados alemães já haviam colocado para vigorar o edito de Worms e proibia toda e qualquer propaganda das doutrinas Reformadas, já em outros estados vigorava o edito de tolerância de 1526.
Por conta de uma maioria Católica Romana a proposta que evoluiu na reunião mantinham as coisas como estavam, contudo, implementando mais restrições nos estados em que se seguia o edito de tolerância, portanto, estados que seguiam as ideias Reformadas. Para tanto, estes estados deveriam restaurar o sistema de governo Romano, a Missa tinha que ser permitida e mais uma, deste ponto em diante nenhum individuo Católico Romano poderia abraçar o luteranismo, ou seja, aqueles que já eram considerados Luteranos seriam tolerados, mas nenhuma nova conversão era mais permitida.
Obvio que tais medidas se constituíam como barreiras para o movimento Reformador, por essa razão, os príncipes luteranos, presentes na Dieta de Spira, lavraram uma audaciosa e nobre carta de Protesto. E foi exatamente esse documento que deu aos filhos da Reforma o nome de Protestantes. E como disse o historiador Rev. Vicente Themudo Lessa sobre esse ato: “É a consciência reclamando os seus mais sagrados direitos.”.
O documento de Protesto foi lavrado em 24 de abril de 1529, com os seguintes signatários: João, o Constante; Filipe de Hesse; Jorge de Brandeburg; Ernesto e Francisco, duque de Luneburg, Wolfgang, conde de Auhalt, e os representantes das cidades imperiais de Strasburg, Nuremberg, Ulm, Constança, Reutlingen, Windshein, Lindau, Kempten, Memmingeu, Nordlingen, Heilbronn, Ismy, St. Gall e Weissenburg.




REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. Uma história da igreja cristã. 2ª edição. São Paulo: Vida Nova, 2008.
CORRÊA, J.A.; LESSA, Vicente Themudo; PEREIRA, Eduardo Carlos; SALLEY, A.C.; WADDELL, W. A. Comemoração do 4º Centenário da Reforma. 31 de outubro de 1917. São Paulo: Typographia d’O Estandarte, 1917.
WALKER, W. História da Igreja Cristã. 3ª edição. São Paulo: ASTE, 2006.



[1] Em Worms ocorreu uma assembleia do Reichstag convocada por Carlos V para janeiro de 1521. 

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